CUBA: QUE O SILÊNCIO NÃO GANHE, por IGNACIO RAMONET, HERNANDO CALVO OSPINA, ATILIO A. BORON e FERNANDO BUEN ABAD DOMÍNGUEZ

Selecção de Camilo Joseph:

Tradução de João Machado

 

alguns meses, por nossa iniciativa, recolhemos assinaturas de personalidade científicas, políticas, artísticas e intelectuais, com liderança social e compromissos humanistas profundos, para difundir mundialmente um protesto enfático contra o bloqueio que os Estados Unidos mantêm contra Cuba durante mais de sessenta anos.

Por estes dias alguns meios de comunicação social estão novamente a assinalar-nos, a nós os quatro, pelos nossos próprios nomes, por causa dessa carta de protesto, garantindo, ainda por cima, que fazemos parte do sistema de propaganda cubana. Saiba-se deste modo que hoje ratificamos o nosso protesto e o reforçamos com ainda mais convicção e ênfase. E temos a certeza de que todas as personalidades que nos acompanharam com as suas assinaturas, voltariam a fazê-lo agora com a mesma convicção.

Ao bloqueio criminoso contra Cuba, expresso em centenas de canalhadas imperiais que desdobram em ameaças, sanções, calúnias e perseguição económica e política, acrescentam-se as recentes aventuras desestabilizadoras financiadas a partir da Casa Branca e do sul da Florida, com um foco especial contra a juventude cubana.

A baixeza e a estultícia não têm limites. Não é justo que o povo cubano padeça com a irracionalidade criminosa do império norte-americano nem é admissível manter silêncio perante a situação desesperante a que Cuba é submetida que leva a problemas induzidos pelo bloqueio e outros derivados que se multiplicam sem fim.

O plano do império é dobrar Cuba pela fome, insalubridade, falta de abastecimento energético, carência de tecnologia básica, fornecimentos e peças. O plano do império é apagar, a qualquer custo, o exemplo cubano de humanismo e rebeldia revolucionária. O plano do império é que triunfe o ódio dos verdugos contra a dignidade dos rebeldes, asfixiar a economia cubana e provocar sofrimentos à sua população para que se revolte contra o governo revolucionário.

Só o governo de Donald Trump emitiu 243 medidas de sanção e Joe Biden tem sido incapaz tem sido incapaz de modificar o carácter desumano dessas sanções, chegando ao extremo da insensibilidade mais arrogante nos momentos piores da pandemia do COVID-19. Washington tem ignorado com arrogância a condenação anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, que exige que ponha fim a este procedimento desumano.

Desde as entranhas do império que se promoveram, com milhões de dólares, hordas de “dissidentes”, de “opositores”, de “críticos” camuflados com todo o tipo de palavreado sobre os “direitos humanos”, a “liberdade de expressão” e o espírito “democrático”… que operam nas mesas de redacção de “diários”, “noticiários”, “redes sociais” para venderem a sua mercadoria informativa assalariada por vontades criminais.

Aspiram a operar no interior de Cuba com a publicidade dada pelo acompanhamento da “imprensa internacional” para prejudicar a imagem da revolução, fundamentar a aplicação do bloqueio criminoso e justificar todo o tipo de intervenções. Isolar Cuba, para convertê-la no cenário do crime perfeito de que ninguém se apercebeu.

Sem corar, despejam milhões de dólares para promoverem a subversão interna, apelando á desobediência civil, à anarquia e ao caos, com o único fim de acabar com o actual sistema político e instaurar outro que corresponda aos seus próprios interesses.

Os imensos sucessos alcançados pela revolução em matéria científica não interessam a Washington para nada, mesmo tendo em conta que, entre outros, dentro de poucas semanas, Cuba consiga ser o primeiro país do mundo com toda a sua população vacinada contra o COVID-19, e com vacinas próprias. Isto embora Washington tenha tentado ir até ao impossível para que Cuba não pudesse adquirir sequer seringas para as aplicar. Nós não podemos ficar calados perante este inferno que sofre Cuba.

No interior do país, indivíduos que se sentem protegidos e apoiados por Washington, usando como bandeira a situação económica difícil derivada do bloqueio (situação agravada pelo Covid, como em todas as outras nações) apelam a manifestações subversivas. Fazem-no sem se importarem com as leis vigentes que proíbem todos os atentados contra o sistema político vigente, como é lógico em todos os estados do mundo. E muito mais quando é incitado por uma potência estrangeira.

Nós próprios, que ratificamos o que foi dito e voltamos a levantar a nossa voz, interpelamos mais uma vez o Governo dos Estados Unidos para que cesse o desumano bloqueio contra Cuba, e para que detenha as suas tentativas de desestabilizar uma nação que nunca realizou acções contra a sua segurança, que muito menos se imiscuiu nos seus assuntos internos, nem apelou aos cidadãos norte-americanos para que subvertessem a ordem estabelecida, apesar dos múltiplos e graves problemas que tem esta potência mundial.

Ratificamos o nosso amor por Cuba para que o saiba o seu povo fraterno, que nos educou com o seu exemplo titânico de resistência, integridade e grandeza. Que o saiba o povo revolucionário de Cuba porque nestas quantas linhas se expressa o clamor de irmãos solidários e cúmulo de emoções fraternas agradecidas pelo exemplo solidário de Cuba com todos os povos irmãos, tanto em Angola como na Venezuela ou no México, para mencionar apenas um eixo geopolítico e histórico de um género novo no tempo e no espaço.

Enfatizando o nosso amor pela Revolução Cubana ratificamos o que foi dito, que é inquebrantável e progressivo.

 

Leia este texto no original clicando em:

Cuba: Que no gane el silencio | Cubadebate

e também em:

Que no gane el silencio (lahaine.org)

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